13 de ago. de 2011

Homenagem


Oi, pessoal,

Peço desculpas pelo sumiço. Tenho lidado com alguns eventos extraordinários, uns bons e outros nem tanto, que têm consumido bastante do meu tempo. Mas o principal evento ocorreu há mais ou menos um mês e deixou o blog de luto.

Estive em férias durante o mês passado e viajei para Maceió com minha família logo na primeira semana. Quando voltei, pensei em ligar para meu amigo Philipe Vaver, a quem não via há muito tempo. O Philipe e eu nos conhecemos há quase 23 anos, quando começamos juntos numa turma de moleques que participou de um treinamento para formação de profissionais.

Como também estudávamos na mesma escola, embora ele fosse um ano mais velho que eu, começamos a ir juntos do trabalho para o colégio, quando descobrimos que tínhamos no rock um gosto em comum. Tornamo-nos muito amigos, saímos muitas vezes juntos (numa dessas saídas eu conheci minha esposa), inventamos várias tiradas. Ele frequentou minha casa e eu a dele, e sempre nos dispúnhamos a ouvir música e a apresentar um ao outro nossas descobertas.

Foi o Philipe quem me apresentou o Queen, que com o passar do tempo se tornou uma de minhas bandas favoritas. Ele sempre foi mais eclético que eu, mais antenado com a cultura presente e passada. Também sempre foi mais inteligente, boa praça, sossegado, e por conta de tudo isso acabou se mudando para um lugar mais tranquilo. Acabamos perdendo o contato, mas eu sempre senti sua falta. Víamo-nos ocasionalmente, quando botávamos o papo em dia em encontros sempre memoráveis.

Há coisa de alguns poucos meses ele me achou no Facebook. Tinha voltado pra cá, retomamos o contato e combinamos de marcar uma saída. Foi com grande expectativa, então, que liguei para ele quando voltei de viagem. Conversamos e rimos juntos; ele me comentou que tinha lido este blog e e eu disse que tinha escrito recentemente uma dica sobre o Queen II, “um disquinho mais ou menos”; coincidimos (mais uma vez) quando descobrimos que ambos não tínhamos carro próprio. Marcamos um encontro para dali a três dias, mas um dia antes de vê-lo recebi a terrível notícia de que ele faleceu dormindo naquela mesma noite em que nos falamos por telefone.

Confesso que a notícia me deixou arrasado. Fiquei pensando muitas vezes por que raios não achei um tempo para me encontrar com ele nestes últimos meses, mas depois me dei conta de que, mesmo que tivéssemos nos encontrado, minha tristeza com sua partida definitiva seria a mesma. Desde que ele se foi, não senti vontade de escrever sobre música ou sobre qualquer outra coisa; só agora a dor passou um pouco e resolvi escrever sobre meu grande amigo.

Assim, este post é uma homenagem a uma das pessoas mais bacanas que já conheci. Embora ele não possa ratificar ou retificar minha opinião, sinto que ainda temos uma afinidade muito grande e rara, mesmo sem contato. Gosto de pensar que mais uma vez meu grande amigo partiu para um lugar mais tranquilo; ele deve estar curtindo muito Queen e outras coisas boas lá em cima.

Obrigado por tudo, cara!