 No começo do ano escrevi duas dicas sobre a banda galesa Karnataka, nas quais especulei também sobre as bandas que derivaram de seu fim e que em minha opinião não atingiram o mesmo patamar (as dicas podem ser encontradas aqui). Eis que, para minha surpresa, o baixista Ian Jones, único remanescente da banda original, resolve lançar depois de seis anos um novo disco da banda com uma formação completamente diferente.
No começo do ano escrevi duas dicas sobre a banda galesa Karnataka, nas quais especulei também sobre as bandas que derivaram de seu fim e que em minha opinião não atingiram o mesmo patamar (as dicas podem ser encontradas aqui). Eis que, para minha surpresa, o baixista Ian Jones, único remanescente da banda original, resolve lançar depois de seis anos um novo disco da banda com uma formação completamente diferente. O resultado, The Gathering Light, é um disco bem legal. Como se trata de uma formação quase que inteiramente nova, é natural que o disco apresente mudanças em relação à formação original. Mais progressivo e elétrico que os anteriores, a “nova banda” mostra por vezes um som mais antenado com as tendências atuais, casos de “Your World” (com uma boa levada pop) e “Tide to Fall”. Em outras faixas, há uma influência maior de rock sinfônico, como na instrumental “State of Grace”, além da faixa-título, que também tem algo de música celta.
Mais do que poder ouvir um bom disco de rock progressivo misturado com pop, entretanto, é que dois fatos que o cercam chamam a atenção. Primeiro, a capacidade do baixista, que não é nada de outro mundo, de reunir gente competente a seu lado. Todos os músicos se saem bem ao longo do álbum, especialmente a boa vocalista Lisa Fury, também dona de um timbre algo grave e que não fica devendo muito à grande Rachel Jones.
Segundo, o fato de que outra boa formação como essa dura pouco. Pouco depois do lançamento do disco, a vocalista e mais dois integrantes decidiram deixar a banda, sem revelar os motivos, como da outra vez. Respondendo às minhas especulações, a melhor banda que derivou do Karnataka foi o... Karnataka. Mas esta também já não existe mais, o que me leva a especular se o baixista não tem também a mania de destruir as belas coisas que ajuda a criar.
 
 


