30 de out. de 2011

Dica do Xaxim: Faces - A Nod Is As Good As a Wink... to a Blind Horse (1971)


Semana passada estava conversando sobre a banda Free, que indiquei recentemente a meu amigo João Affonso, também fã de progressivo e de rock em geral. Durante o papo, ele me comentou que estava ouvindo o álbum A Nod Is As Good As a Wink... da banda Faces.

Acho que estou ficando velho, porque quando ele me recomendou o disco, que não tem um título comum, eu achei que já o tinha ouvido antes. Olhei minhas anotações (eu mantenho um catálogo com notas para todos os discos que ouço) e constatei que já tinha dado uma nota alta para o álbum, que, sabe-se lá porque, caiu no esquecimento por mais de três anos. Resolvi então revisitá-lo e redescobri um belo trabalho, digno de uma dica aqui no blog.

Segue um pouco de contexto histórico: a banda foi formada em 1969 e sucedeu ao Small Faces, que por sua vez contava com o vocalista Steve Marriot, que foi formar o Humble Pie. Os membros remanescentes então encurtaram o nome da banda e trouxeram para a formação dois caras que tocavam com o Jeff Beck, o vocalista Rod Stewart e o guitarrista Ron Wood, que mais tarde se tornariam mais famosos em carreira solo e no Rolling Stones, respectivamente.

A Nod Is As Good As a Wink... é o terceiro disco da banda, e é muito bom. Apresentando um rock básico de muita qualidade, com uma ou outra pitada de hard rock e outras mais frequentes de blues, o álbum tem nove faixas que satisfazem qualquer fã do gênero, alternando momentos mais agitados com outros um pouco mais calmos. A maioria delas tem como destaque o bom Rod Stewart com sua voz rouca que casa perfeitamente com os estilos citados, e quem conhece apenas sua carreira solo e pensa que ele é um cantor pop não imagina do que ele é capaz, mesmo sem recorrer a grandes firulas.

Os momentos mais agitados são os que mais me agradam, e dentre eles destaco a ótima faixa de abertura “Miss Judy’s Farm”, além de “Stay With Me” e “That’s All You Need”, que encerra um álbum que é mais um exemplo de que há muita coisa bem legal pra se ouvir de bandas do chamado segundo escalão.

Inté!

23 de out. de 2011

Dica do Xaxim: Heather Nova - 300 Days at Sea (2011)


Há muito não arrumo um tempo para escrever, mais uma vez devido ao dia a dia cada vez mais agitado. Para não passar este mês em branco aqui no blog, resolvi indicar um disco com som mais básico e agradável de ouvir enquanto vou decidindo a lista de melhores do ano.

Heather Nova é uma cantora nascida em Bermuda, que já atingiu certa fama no mundo pop nas décadas de 1990 e 2000. Gosto de vários discos da moça, em especial do bom Redbird, de 2005. Ela andava sumida desde o lançamento de The Jasmine Flower, de 2008, e retornou em grande forma neste ano com 300 Days at Sea.

Dona de uma voz bacana e afinada, além de ótima intérprete, a artista varia suas composições entre o rock/pop básico e baladas folk feitas para a rádio. Em relação aos trabalhos anteriores, o novo disco dá um pouco mais de ênfase ao primeiro estilo, com resultados bem legais. Dentre as músicas neste estilo, destacam-se “Higher Ground” e “Turn the Compass Round” (esta a melhor faixa do disco).

Os momentos mais lentos do disco também se mostram inspirados e de vez em quando apresentam orquestrações simples e bem arranjadas, destacando a voz da cantora. Os melhores momentos neste estilo são “The Good Ship ‘Moon’” e “Burning to Love”, que tem um pé no blues.

O disco também apresenta uma ou outra canção mais elaborada, como em “I’d Rather Be” ou na ótima “Do Something that Scares You”, que alterna momentos climáticos com efeitos sonoros mais distorcidos, sempre com uma melodia vocal diferente, quase falada.

300 Days at Sea não tem faixas ruins e se mostra bem estruturado, o que é resultado da maturidade e competência da cantora / compositora. Trata-se de uma ótima opção para curtir um som mais básico, mas ainda assim de qualidade.

Até a próxima!