17 de set. de 2011

Dica do Xaxim: The Who - Odds & Sods (1974)


Resolvi escrever sobre mais um exemplo de bom disco que não é apreciado por mais gente porque não aparece entre os principais trabalhos da banda e/ou porque não apresenta proposta inovadora. Neste caso, falarei sobre a sensacional banda The Who.

Odds & Sods de fato não é tão bom quanto seus antecessores, o seminal Who’s Next e o muito bom Quadrophenia. Isto não quer dizer que Odds & Sods seja ruim; ao contrário, o disco apresenta em sua maior parte boas faixas, que talvez fossem mais apreciadas se gravadas por bandas menos famosas.

Após gravar uma série de álbuns conceituais, a banda optou neste disco por lançar um trabalho mais básico e voltado a canções psicodélicas típicas do rock britânico da época, estilo que ela mesma ajudou a criar e foi uma das principais expoentes. Há faixas que remetem à também ótima primeira fase da banda, dentre as quais “Faith in Something Bigger” se destaca.

Não é o caso de um retrocesso. Há também espaço para estruturas mais pesadas intercaladas com ótimas melodias vocais (cortesia do grande Pete Townshend) que lembram a segunda fase da banda, mas com duas diferenças: primeira, tais estruturas se tornaram mais básicas; e segunda, a banda dá mais ênfase ao piano do que a sintetizadores, indo na contramão da tendência da época. Neste estilo, as faixas que mais curto são “Naked Eye” e “Long Live Rock”.

No todo, Odds & Sods é um álbum de transição, que inaugura a terceira e derradeira fase da banda e que realmente não atingiu os mesmos resultados das duas anteriores. Ainda assim, esta fase apresentou grandes músicas também conhecidas por muita gente, o que não é diferente neste disco.

Até!

4 de set. de 2011

Dica do Xaxim: Quidam - The Time Beneath the Sky (2002)


Fiquei um tempo pensando sobre qual seria minha próxima dica e por isso resolvi revisitar alguns discos. Entretanto, a maioria dos que considero bons o bastante para figurar neste espaço são de bandas sobre as quais já falei e eu queria apresentar uma banda diferente.

Hoje estive ouvindo o terceiro álbum da banda polonesa Quidam e me pareceu que seria uma boa dica. O som dos caras é rotulado como neo prog, mas em minha opinião não se restringe a isso. Há claras influências sinfônicas e de world music, como na faixa que abre o disco, “Letter from the Desert”, predominantemente instrumental com fortes tons de música típica do Oriente Médio.

Não se trata de uma sacada original. Pouco menos de dez anos antes, Jimmy Page e Robert Plant apresentaram uma ótima releitura de “Kashmir” que usava a mesma fórmula. Pois a banda polonesa parece ciente disso e apresentou neste álbum uma releitura bem climática da faixa “No Quarter” que ficou excelente, com efetivo uso de flauta e órgão, além do brilho da vocalista Emilia Derkowska, que é uma cantora acima da média.

O disco também apresenta faixas menos complexas com forte apelo pop, como por exemplo em “New World”, que tem bons arranjos e que poderia fazer sucesso nas rádios não fossem as letras em polonês (apesar do título em inglês). Entretanto, a banda atinge os melhores resultados em “Credo I” e “Credo II”, que além do apelo pop apresentam variações em passagens climáticas (novamente com bom uso da flauta e ótimo desempenho da vocalista), além de algumas polifonias vocais que lembram o Yes e de um trecho instrumental mais puxado para o rock progressivo e que ficou bem legal.

No todo, The Time Beneath the Sky mostra uma banda madura, que sabe o que quer fazer e que não tem medo de rótulos. É uma pena que depois deste disco a banda sofreu uma grande mudança em sua formação, incluindo a vocalista, que era o grande destaque do grupo. Embora os discos seguintes não sejam ruins, é em seu terceiro trabalho que esta boa banda atingiu seu ápice.

Até!