15 de mai. de 2010

Dica do Xaxim: Unitopia - More Than a Dream (2005)


Gosto da maioria das bandas australianas que ouvi. Em comum, acho que os caras fazem um som alto astral, legal de ouvir. Sejam as mais famosas, como INXS ou AC/DC, sejam outras não tão conhecidas, como Hoodoo Gurus ou Bad Animals, ou progressivas, como o Sebastian Hardie.

É o caso da banda Unitopia, que vem gravando música de qualidade e ganhando reconhecimento a cada dia que passa. Nada mais merecido. Os dois principais compositores, Sean Timms (teclados) e Mark Trueack (vocais), são muito antenados com temas da atualiade, além de serem músicos muito competentes. O vocalista, com um timbre de voz grave que por vezes lembra o do Peter Gabriel, é um ótimo cantor.

Seu disco de estreia, More Than a Dream, lançado em 2005, é bem legal. A banda faz um som com tendências progressivas, misturando pop/rock e world music com bons resultados na maioria de suas músicas. Muito bem produzido, o álbum apresenta ótimos arranjos com um som moderno que combina muito bem as tendências citadas com um ou outro trecho mais sinfônico (orquestrado ou com metais) e outros um pouco mais distorcidos.

Os destaques ficam para as faixas mais longas, “Justify”, “Take Good Care” e “Slow Down”. As faixas mais curtas também são boas, em especial a que dá nome ao álbum. Como resultado, este disco acima da média chamou a atenção da InsideOut, gravadora conhecida no meio do rock progressivo, e a banda passou a ganhar maior reconhecimento. Mas essa será outra dica... ;-)

2 de mai. de 2010

Dica do Xaxim: Neal Morse - Neal Morse (1999)


Você que já ouviu o Spock’s Beard, em minha opinião a melhor banda de rock progressivo dos anos 90, provavelmente sabe que Neal Morse, o fantástico multi-instrumentista, vocalista e gênio criador da banda, deu uma de Peter Gabriel e resolveu abandonar o grupo em seu auge para se dedicar à carreira solo, neste caso em particular, baseada em sua fé religiosa.

O que você talvez não saiba é que Testimony, o cultuado álbum duplo lançado após sua saída da banda, não é seu primeiro disco solo. Ainda no Spock’s Beard ele gravou dois discos com estilos parecidos, que lembram apenas em alguns momentos o rock progressivo fantástico que fazia com sua banda. Os dois discos são bem legais, mas meu preferido é o primeiro deles, chamado simplesmente de Neal Morse e lançado em 1999.

Fica clara a intenção do artista, neste disco também baixista e baterista (apenas na primeira faixa), de se afastar um pouco do som progressivo fortemente calcado nas bandas sinfônicas dos anos 70 e lançar uma coleção de canções rock/pop. O grande charme do disco é que fica claro que o trabalho é descompromissado, com algumas canções que chegam a ser até bobinhas, mas sempre com ótimas melodias vocais que grudam no ouvido.

Embora eu não ache o Morse um grande cantor, a voz dele se apresenta como sempre muito agradável e carismática, o que também faz esse disco se destacar das baboseiras pasteurizadas que ouvimos por aí. O grande destaque do disco é a suíte “A Whole Nother Trip”, momento mais progressivo do disco, mas isso não é o mais importante. Mesmo com uma ou outra faixa dispensável, trata-se de um disco honesto, com uma proposta simples e sincera, ideal para se ouvir curtindo uma estrada.