18 de ago. de 2012
Dica do Xaxim: Ian Anderson - Thick as a Brick 2: Whatever Happened to Gerald Bostock? (2012)
Eis que Ian Anderson, o fundador e principal figura do Jethro Tull, ressurgiu neste ano de forma ousada com o lançamento do disco Thick as a Brick 2: Whatever Happened to Gerald Bostock?, continuação do lendário álbum lançado em 1972.
Entendo que apresentar uma continuação é uma decisão arriscada. É como se o artista ou banda forçasse as comparações, que já são normalmente feitas entre álbuns de suas discografias. Além disso, na maioria dos casos acho que nestas comparações as continuações não são tão boas quanto as obras originais. Thick as a Brick 2 não é uma exceção a esta regra, mas ainda assim é um bom disco.
Em termos musicais, o novo trabalho não tem tanto em comum com a obra original, o que se justifica naturalmente dada a diferença de 40 anos entre os discos. O som é aquele típico do Jethro Tull, que mistura folk com hard rock e progressivo, mas com arranjos mais modernos e que casam bem com as passagens de flauta características do artista.
A diferença fundamental entre os dois trabalhos está em suas estruturas. Enquanto a obra original apresenta duas longas suítes cheias de variações e que intercalam passagens cantadas com outras instrumentais, todas pra lá de inspiradas, o novo disco é composto por uma estrutura mais convencional, com faixas curtas.
A questão é que nem todas as faixas são inspiradas. A maioria do disco agrada, especialmente o final, em que se repete rapidamente o famoso tema da obra original, mas há alguns trechos dispensáveis, o que fica mais evidente com o uso de uma estrutura mais convencional, mesmo para um álbum conceitual. É este o motivo pelo qual considero que, na comparação, o novo trabalho não é tão bom quanto o álbum original.
Entretanto, se as comparações forem deixadas de lado, pode-se dizer que este é um dos melhores discos lançados neste ano, pelo menos até agora. Quem gosta de Jethro Tull encontrará em Thick as a Brick 2 vários momentos característicos da banda e o enorme talento do artista para compor rock progressivo com características que a tornam única. É daqueles discos que fazem a gente pensar no ditado popular: “quem sabe, sabe”.
Até!
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4 de ago. de 2012
Dica do Xaxim: Jon Lord - Before I Forget (1982)
Ainda lembrando de Jon Lord, achei apropriado escrever sobre um de seus discos solo que não é muito conhecido. Fugi do óbvio Concerto for Group and Orchestra, execrado pela crítica mas que conta com ótimas passagens, e resolvi escrever sobre o bom Before I Forget.
Entendo que não é fácil gravar um disco eclético porque os músicos se dão melhor em um determinado estilo, e quando tentam algo diferente, na maioria das vezes não obtêm grande êxito. Acho que é isso o que faz de Before I Forget um disco legal: neste trabalho, o tecladista foi competente ao apresentar estilos diferentes do hard rock que o fez famoso no Deep Purple, ainda mais levando em conta que há vários estilos diferentes no mesmo álbum.
Lançado em 1982, enquanto o tecladista estava no Whitesnake, o disco é daqueles bons trabalhos ecléticos que não tem músicas ruins e que mostram o talento do músico tanto na composição quanto na execução e arranjos, o que o torna acima da média. Em alguns momentos, as músicas chegam a ser ótimas e inspiradas, o que o torna bem acima da média.
O disco apresenta algumas boas baladas, como “Where Are You?”, que conta apenas com teclados e piano acompanhando o cantor numa progressão bem pensada, além de “Say It’s All Right”, balada inspirada no soul em que uma banda básica de rock com bons pianos acompanha uma ótima e desconhecida Vicki Brown nos vocais.
Alternando de forma efetiva as citadas baladas com outros momentos mais agitados, destacam-se também “Chance on a Feeling”, que abre o álbum com um rhythm & blues muito bacana, e “Bach Onto This”, faixa instrumental que casa muito bem a formação clássica do tecladista com um rock de primeira e que demonstra que Jon Lord foi um músico de mão cheia.
Até!
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