20 de set. de 2009

Dica do Xaxim: Phideaux - Number 7 (2009)


Phideaux Xavier é um multi-instrumentista oriundo de Los Angeles que curte rock progressivo, especialmente do tipo psicodélico ou folk. Em 2003, ele resolveu colocar em prática suas idéias musicais, contando sempre com o baterista Rich Hutchins nas baquetas e um monte de outros músicos que variam a cada disco, lançando nada menos que sete álbuns durante esse período.

Number 7 é o último lançamento do cara, que junto com o baterista intitula a banda como Phideaux. De cara, duas surpresas. Primeiro, era esperado o lançamento da última parte de uma trilogia, que complementaria a história tocada, contada e cantada dos discos The Great Leap (2006) e Doomsday Afternoon (2007), este último um ótimo álbum em minha opinião e que merece uma dica específica a ser publicada no futuro.

Ao invés disso, entretanto, os caras resolveram que o material destinado a tal última parte ainda precisava ser mais trabalhado. Mais especificamente, durante as sessões os caras acabaram compondo outra estória que não tem a ver com a trilogia, mas acharam que dava um bom disco. Então, resolveram interromper a trilogia, com outro anúncio surpreendente: seu final está prometido para o fim deste ano e será intitulado 7 ½.

Voltando ao último lançamento, trata-se também de um álbum conceitual dividido em três partes, cada uma contando com pouco mais de 20 minutos. As três partes são divididas em trechos menores, que funcionam bem como obras individuais, mas que também se encaixam bem na obra como um todo. As letras são meio doidonas e cheias de figuras de linguagem, o que conferem ao disco um clima psicodélico, e o uso alternado de voz masculina (meio nasalada, mas que não compromete) e feminina (muito boa, por sinal) é um dos pontos fortes do disco.

Musicalmente, a principal influência é o Pink Floyd, mais orquestrado e com som e produção modernos. A segunda parte, entretanto, lembra o Jethro Tull do A Passion Play, também mais moderno, e é minha preferida, enquanto que a terceira tem um trecho cantado em italiano que lembra rock progressivo... italiano... (hehehe). Esse é o grande charme do disco: a banda conseguiu mais uma vez lançar uma obra baseada em influências bem conhecidas, mas sempre agregando sua marca.

A única crítica que faço ao disco é que o final da terceira parte poderia trazer um clímax mais intenso, e o disco meio que acaba deixando o ouvinte na mão.

Se você gosta de rock progressivo com vários instrumentos em arranjos bem trabalhados e não se importa em ouvir uma obra com boas passagens instrumentais, mas com ênfase em sua estória em vez de praticar virtuoses musicais o tempo todo, é provável que curta este disco tanto quanto eu.

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