
Pouco tempo depois, soube que Liam Davison, outro integrante da banda, também tinha lançado seu primeiro disco solo, desta vez um LP completo. Apesar de ser um dos fundadores do grupo, o guitarrista nunca teve grande destaque e sempre foi um cara discreto, sendo na maior parte do tempo um músico de apoio, pelo menos em minha percepção.
O guitarrista chegou a sair do grupo em 2006 e tinha como projeto gravar A Treasure of Well-Set Jewels, que não foi concluído. Ele voltou ao Mostly Autumn em 2009, e seu trabalho solo acabou sendo lançado somente neste ano. Contando com seus colegas de banda Iain Jennings (teclados) e Gavin Griffiths (bateria), além da própria Heather Findlay e da Anne-Marie Helder cantando em algumas faixas, o estilo do disco não difere muito de sua banda de origem, cuja principal influência é o Pink Floyd.
O que o torna este disco bem legal é o foco das composições. Enquanto os últimos discos do Mostly Autumn mostram uma banda que não sabe aonde quer chegar e acaba compondo faixas medianas com uso excessivo de solos cheios de efeitos e enjoativos do guitarrista Bryan Josh, Liam Davison optou por composições mais efetivas e equilibradas em ótimos arranjos. Há também bons solos de guitarra, mas sem grandes pirotecnias, na medida exata para os climas das músicas.
Todas as faixas do álbum são boas, com destaques para “Once in a Lifetime” (com a Heather Findlay nos vocais) e “Picture Postcard”. Dá pra dizer que este é o melhor disco do Mostly Autumn em muito tempo. Liam Davison está de parabéns pelo trabalho, inclusive por me ajudar a perceber sua importância nos primeiros discos da banda.
Até a próxima!