28 de abr. de 2012

Melhores de 2011: Discipline - To Shatter All Accord


Acho curioso o fato de que, apesar de não ser lá grande fã de alguns medalhões do rock progressivo como o King Crimson ou o Van der Graaf Generator, de vez em quando ouço discos influenciados por estas bandas que acho obrigatórios pra quem curte rock de qualidade.

Quando afirmo que não sou grande fã das bandas citadas, não quero dizer que não gosto dos discos que elas lançaram. Considero alguns desses discos muito bons e outros nem tanto, mas parece que na média os fãs do gênero veneram essas bandas tanto quanto eu coloco o Genesis entre minhas preferidas. Como todas elas têm estilos que as tornam únicas e diferentes entre si, entendo que cada um de nós se encanta por diferentes combinações dos detalhes destes estilos.

Liderada pelo vocalista e tecladista Matthew Parmenter, também responsável pelas composições, a banda americana Discipline lançou dois bons discos na década de 90 que misturam influências das três bandas citadas acima, com mais ênfase nas duas que não me encantam tanto. A mistura, no entanto, me agrada bastante. A banda toda é competente, ousada, e as composições são de alto nível.

Pois bem, neste ano os caras lançaram seu terceiro disco, To Shatter All Accord, depois de 14 anos. Não dá pra entender como os caras passaram tanto tempo sem lançar nada, porque o novo disco é ainda melhor que os anteriores, seguindo a mesma fórmula. As três primeiras faixas do disco são mais curtas e têm uma pegada mais roqueira, misturando as melodias vocais típicas do Peter Hamill com os ritmos intrincados do King Crimson e adicionando em alguns trechos influências do Genesis. Estas três faixas já justificam comprar o disco.

Entretanto, são as duas faixas de maior duração que realmente se destacam. A primeira delas, “When She Dreams She Dreams in Color”, é mais influenciada pelo VdGG, apresenta progressões lentas e longos trechos instrumentais que intercalam ênfases em teclados, guitarras e sax; a segunda, “Rogue”, é mais complexa, apresenta mais variações e mais influências de King Crimson e Genesis, com resultados excelentes e destaque para as guitarras de Jon Preston Bouda. Um musicaço!

Pode não soar lá muito original, mas a mistura é e a banda demonstra uma enorme competência. O resultado final lembra os grandes discos gravados na década de 70 sem deixar de ser moderno. Pra mim, o melhor disco do ano passado!

Até!

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