
Depois de oito anos, eis que o genial
Neal Morse (ex-
Spock's Beard) resolveu abrir uma exceção em sua exclusiva carreira solo com temática religiosa e se reuniu aos aclamados
Roine Stolt (
The Flower Kings),
Pete Trewavas (
Marillion) e
Mike Portnoy (
Dream Theater, de quem
Morse nunca se distanciou uma vez que é figura constante nos discos “prog gospel” do compositor) para lançar um disco inédito de um dos mais bem sucedidos supergrupos da história do rock progressivo: o
Transatlantic.
A exceção aberta não foi lá muito radical, uma vez que as letras do novo disco continuam apresentando fundo religioso. A bem da verdade, o último disco dele com sua banda de origem (
Snow, também de 2001), já continha mensagens religiosas.
The Whirlwind não apresenta grandes modificações em relação aos dois discos anteriores lançados pelo supergrupo, mas há algumas diferenças importantes. Primeiro, embora a maioria das músicas continue sendo obra do gênio do
Neal Morse, os primeiros discos se pareciam mais com o
Spock’s Beard, enquanto que este lembra mais sua carreira solo. Segundo, este disco cede mais espaço para composições do
Roine Stolt que os anteriores, e ele aparece mais nos vocais.
As diferenças não param por aí. O disco apresenta uma única suíte de quase uma hora e vinte minutos, dividida em doze partes ao invés de apresentar duas faixas independentes de mais ou menos meia hora e outras poucas faixas menores como nos discos anteriores.
Embora o disco alterne grandes momentos com outros bons e outros nem tanto, o disco mantém o pique durante o tempo todo, mesmo sem trazer muitas novidades em termos musicais. A velha fórmula consagrada continua presente: alternar estilos que transitam pelo rock sinfônico, partes mais pesadas, influências de jazz e baladas pop, além de repetir linhas melódicas sob diferentes roupagens (no que o
Neal Morse é mestre).
Por fim, queria comentar sobre outro destaque importante: este é o melhor disco da carreira do
Pete Trewavas, que arrebenta no disco, além de cantar e compor alguma coisa. Eu acho sua performance no início do
Marillion comum, mas é notável como ele vem melhorando de uns anos pra cá. É muito bom poder ouvi-lo cantar e se afirmar como um dos principais baixistas do cenário progressivo atual.
Até a próxima!