23 de jun. de 2012

Dica do Xaxim: Astra - The Black Chord (2012)


Já falei por aqui sobre alguns discos mais recentes que remetem ao rock da década de 70 (para mim, o ápice do gênero) e que, embora não tragam novidades em termos de estilo, são tão bem compostos e produzidos que acabam resultando em trabalhos acima da média.

É o caso de The Black Chord, segundo trabalho da banda americana Astra, lançado neste ano. Em seu novo álbum, a banda continua apresentando um som que remete aos grandes nomes do passado, com muita competência. A banda mistura de forma efetiva hard rock e progressivo em seis faixas com climas variados e bacanas de ouvir.

Com predomínio de sons mais roqueiros, o disco apresenta faixas instrumentais que não enjoam e outras mais complexas com algumas partes cantadas, que misturam alguns trechos mais calmos com alguns teclados viajantes e que conferem um tom psicodélico ao trabalho. Além disso, o uso de sons de órgãos típicos dos anos 70 dão um charme especial ao disco.

Os destaques não se restringem aos teclados. Como toda boa banda de rock, a cozinha rítmica é efetiva e as guitarras também se apresentam bem, com solos sem grandes virtuosismos mas bem encaixados nas músicas. A banda enfatiza os arranjos entre os instrumentos melódicos, ora combinando-os, ora opondo-os, com resultados bem legais.

O que chama a atenção, entretanto, é a regularidade do disco. Mesmo com climas variados, é difícil apontar uma faixa que se destaque, embora a faixa-título seja daquelas que a gente repete após o final. No todo, The Black Chord é um bom álbum, daqueles que fazem o ouvinte se lembrar de suas origens e dos motivos porque o rock é um gênero de música tão legal.

Até a próxima!

15 de jun. de 2012

Dica do Xaxim: Family - BBC Radio 1 Live in Concert (1973)


Faz tempo que não escrevo sobre uma boa banda do segundo escalão. Embora seja relativamente conhecida, a banda Family, natural de Leicester, nunca é muito citada ou elogiada. Mesmo com curta duração (de 1967 a 1973), deixou sua marca.

Os caras apresentavam um estilo irreverente e eclético, que inclui folk, blues, rock ’n’ roll, psicodélico e algumas pitadas de progressivo. O que chama a atenção na discografia da banda é a competência de todos os integrantes, capazes de compor músicas que agradam a todos os gostos.

A irreverência se deve principalmente às letras e à voz de Roger Chapman, um cara que não tinha grande voz, mas um carisma enorme. O tom forçado com que cantava faz cair por terra aquelas opiniões de que Axl Rose era um cara original; já tinha gente fazendo isso 20 anos antes que ele aparecesse.

Resolvi escolher o disco ao vivo BBC Radio 1 Live in Concert para indicar. Lançado em 1973, o álbum mostra ótima performance de toda a banda, com um belo e variado set list. Todas as faixas são bem legais, mas eu destaco “Burlesque”, “Rockin’ Pneumonia and Boogie Woogie Flu” e “Weaver’s Answer”, esta uma paulada na moringa com grandes solos de teclado e guitarras.

Se você não conhece a banda, acho que é um bom ponto de partida.

Inté!

2 de jun. de 2012

Dica do Xaxim: Anathema - Weather Systems (2012)


Anathema é uma banda inglesa surgida na década de 90, quando tocava doom metal. Não sei bem os motivos que levaram os caras a mudar radicalmente o estilo, mas posso dizer que é das bandas mais legais e surpreendentes que descobri nos últimos tempos.

Já tinha pensado em escrever uma dica sobre o bom álbum We’re Here Because We’re Here, lançado em 2010. Saiu há pouco o novo trabalho dos caras, Weather Systems, que é tão bom quanto o anterior. É daqueles discos que agrada de primeira e vai ficando ainda melhor com o tempo.

O estilo dos discos que citei não tem nada de doom metal, nem de heavy metal. O som que predomina é uma mistura de post rock com alguns trechos sinfônicos e outros mais introspectivos e acústicos, sempre acompanhados de lindas melodias vocais, com vozes masculinas e femininas alternadas e por vezes polifônicas.

Além da mistura pra lá de interessante, a banda tem um talento enorme para compor, usando de forma muito efetiva progressões e regressões em ótimos arranjos que, aliadas aos trechos sinfônicos, caracterizam o som como um progressivo moderno, muitas vezes empolgante. Como o som se baseia no post rock, há pouco espaço para solos e a banda prioriza tais arranjos.

Há uma única faixa dentre as nove do álbum que não me chamou a atenção. Todas as demais são pelo menos boas, o que torna o disco muito acima da média atual. Mas fato é que o álbum começa matador, com a faixa “Untouchable”, dividida em duas partes, sendo a primeira mais agitada e a segunda mais sinfônica, com ótimos resultados. É o grande destaque deste bom disco, que mostra uma banda competente e que não receia experimentar.

Até!