21 de jul. de 2012

Dica do Xaxim: Steve Unruh - Out of the Ashes (2004)


Na lista dos melhores discos de 2010, falei sobre Challenging Gravity (clique aqui), lançado pelo multi-instrumentista Steve Unruh. Naquele post, mencionei que o cara já tinha uma obra-prima, e que escreveria sobre a mesma. Demorei muito mais do que deveria.

Out of the Ashes, lançado em 2004, é daqueles discos que não têm músicas ruins. Neste caso específico, o disco apresenta uma grande novidade na carreira do artista, que é o uso deliberado de guitarras elétricas, que faz sentido na temática do álbum e amplia a dimensão de sua música, como se ele quisesse mostrar que é capaz de gravar um disco mais próximo do padrão a que estamos acostumados.

Segundo o artista, o disco fala sobre a violência moderna. Apresentando uma suíte de 40 minutos e carregada de letras ácidas, o artista expressa de forma veemente e ainda assim elegante sua indignação com o que ele julga ser algo a ser combatido, e é por isso que o uso de instrumentos elétricos e distorcidos faz sentido, pois demonstra por vezes raiva com a situação.

Mas não é só isso que torna o disco algo especial. Mesmo aflorando sentimentos destrutivos, os arranjos, por vezes complexos e por outros muito simples mas efetivos, são privilegiados. Não se trata de um disco de heavy metal, embora em alguns momentos o estilo chegue perto. As belas melodias acústicas com violões e violinos continuam presentes, bem como as variações dentro de uma mesma música, dando espaço até para o reggae!

Outro ponto positivo está na voz do artista. A temática dá lugar ao seu desejo de paz, interpretado de forma efetiva nos vocais. Mesmo sem ser um cantor brilhante, suas interpretações sempre afinadas e suas variações de estilo são bem pensadas e facilmente percebidas, alinhadas com o que a música pede.

Não é comum ouvir um disco conceitual que lide com um tema emocional e que seja tão bem sucedido ao mesmo tempo em que demonstre sua dose de originalidade. Além disso, há trechos brilhantes e inspirados, com lindos arranjos de cair o queixo, que fazem deste disco muito, mas muito acima da média!

O fato de que o autor compôs, gravou e arranjou tudo sozinho é algo que torna seu êxito ainda maior. Eis um artista para se aplaudir de pé, e o fato de que seja tão desconhecido é daquelas coisas que não dá pra entender! Se você gosta de boa música e quer ser surpreendido, compre este disco correndo!

Até a próxima!

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