24 de nov. de 2012

Dica do Xaxim: Ornithos - La Trasfigurazione (2012)


Depois de escrever a dica anterior sobre o disco de retorno do Locanda delle Fate, resolvi comentar sobre outro bom disco lançado neste ano por uma banda italiana. Trata-se do álbum La Trasfigurazione, trabalho de estreia do Ornithos e uma das boas novidades do ano.

A banda foi formada como um projeto paralelo do baterista e tecladista Diego Petrini, do baixista Federico Caprai e da flautista e saxofonista Eva Morelli, todos membros da banda Il Bacio della Medusa, que já lançou três discos com relativo sucesso no meio do rock progressivo. Estes projetos paralelos são comuns em bandas italianas e são vários os casos em que acabam resultando em bons discos.

La Trasfigurazione é um exemplo desses casos bem-sucedidos. O disco apresenta trechos que variam do rock psicodélico com passagens calmas a outros mais nervosos, com influências de hard rock ou de jazz, com bom uso de sax. O que chama a atenção e torna este álbum acima da média é que estas variações por vezes ocorrem em uma mesma música e fluem com naturalidade.

O álbum tem algumas partes cantadas pelo baterista, que não é um grande cantor, e outras cantas pela vocalista Maria Giulia Carnevalini, que se sai melhor. A maior parte do disco, entretanto, enfatiza as faixas instrumentais com as características citadas acima, que é onde a banda se sai melhor. Dentre essas faixa, o grande destaque é “Salamandra: Regina di Psiche e di Saggezza“, que apesar de alguns trechos cantados, apresenta em sua maioria momentos instrumentais excelentes, com ótimos teclados e grandes solos de guitarra!

No todo, La Trasfigurazione é um disco que, apesar de apresentar influências clássicas do rock sem grandes novidades, apresenta uma enorme competência nas composições e que predem a atenção do ouvinte. Estará entre meus 10 melhores do ano, sem dúvida.

Até!

17 de nov. de 2012

Dica do Xaxim: Locanda delle Fate - The Missing Fireflies... (2012)


Já escrevi por aqui sobre a banda Locanda delle Fate, que gravou um de meus discos favoritos do rock progressivo italiano, o sensacional Forse le Lucciole non si Amano Più (link). Naquele post, comentei que era uma pena que a banda tivesse apenas esse disco daquela época.

Em 1999, a banda, menos o vocalista Leonardo Sasso, lançou Homo Homini Lupus, um daqueles retornos desastrados que merecem ser esquecidos. Neste ano, desta vez com o vocalista, o grupo fez nova tentativa com The Missing Fireflies... Utilizando músicas escritas na década de 70, o disco apresenta quatro novas faixas, além de três gravações ao vivo daquela época. Mesmo contando com obras que acabaram não sendo incluídas no álbum original, este novo disco apresenta alguns grandes momentos.

Das quatro novidades, duas são faixas mais longas e são bem legais. A primeira delas, “Crescendo”, tem o som típico da banda, com excelentes melodias, guitarras viajantes, belos arranjos para piano e teclados e a ótima voz do vocalista, marca registrada da banda, além de apresentar variações e um ótimo trecho instrumental.

A segunda faixa mais longa, “La Giostra”, segue a mesma linha, também com ótimas melodias e boas variações, mas apresenta uma melodia vocal mais empolgante, com grande interpretação do vocalista. Das duas, esta é a minha preferida. De fato, é tão boa que poderia tranquilamente ter feito parte do álbum da década de 70.

As faixas mais curtas também são boas, mas não agregam muito ao disco. “Sequenza Circolare” apresenta um piano interessante que mescla arranjos sinfônicos com rock, mas é muito curta. Já “Non Chiudere a Chiave le Stelle” é uma faixa acústica melhor resolvida, com bons vocais, mas que não atinge o mesmo impacto das faixas mais longas.

O disco seria ainda melhor se a banda tivesse optado por lançar mais faixas inéditas ao invés de incluir três faixas ao vivo com qualidade de gravação apenas razoável. Mesmo assim, The Missing Fireflies... é um bom disco, que resgata o som de uma grande banda e que não merece ser esquecido. Ao contrário: mesmo curto, o álbum apresenta muita coisa a ser apreciada.

Até a próxima!

2 de nov. de 2012

Dica do Xaxim: Producers - Made in Basing Street (2012)


Já faz um bom tempo que não comento sobre um bom álbum de pop rock e achei que era uma boa hora para falar sobre outros estilos que não o rock progressivo. Um bom disco lançado neste ano é Made in Basing Street, disco de estreia da banda inglesa Producers.

A banda é formada por veteranos e seu nome deriva do fato de que todos os integrantes trabalham na produção ou como músicos de estúdio de discos de outros artistas. O mais conhecido deles é Trevor Horn, ex-membro do Buggles e do Yes e que na produção já trabalhou com músicos de sucesso, como Grace Jones e o próprio Yes.

Além dele, o grupo é composto por: Lol Creme, que foi integrante do 10cc e participou com Trevor Horn no Art of Noise; Stephen Lipson, também produtor e engenheiro de som, responsável pela produção do disco Flowers in the Dirt do Paul McCartney; e pelo baterista Ash Soan, que participou de discos de gente famosa, como Adele, Seal e Lisa Stansfield.

Com tanta experiência reunida, o som dos caras soa natural. Não se trata de um disco em que o estilo seja forçado para aumentar as vendas, mas sim de um trabalho que tem um estilo acessível porque este é o desejo dos artistas, que apresentam talento e inspiração para compor boas músicas. O resultado é um álbum acima da média.

A maioria das dez faixas apresenta um pop rock bem trabalhado e melodias vocais agradáveis, com climas diversos que vão do rock mais agitado (caso de “Freeway”, que abre o álbum), passa por faixas mais climáticas que contam com boas variações (caso de “Your Life”) e algumas boas baladas (caso de “Man on the Moon”).

E como todo bom disco de pop rock, algumas faixas se destacam por apresentar melodias que grudam no ouvido. É o caso de “Watching You Out There” e “You & I”, que fecham bem este bom disco e que fazem a gente querer ouvir de novo sua música descompromissada, mas de qualidade.

Até!